quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Amor com asas (voa e voa)


Se reconheço que é instante
Permaneço nessa solidão
Qua me norteia de tão distante
Mas de onde não posso tocar sua mão


A quimera deste momento
Que insiste os saltos mais perversos
Aguardo na cadeira ao canto
A essência de seus beijos


Para respirar você
Suspirar em seu ouvido
Rimando aquela nossa canção
Que nos envolvia de paixão


Para que num dia qualquer
A ausência "dele" não me mate as esperanças
Acreditar é preciso
Peço em meus cantos


Mesmo que longe estejas
Sem tocar minha face
Ou sequer sentir meus lábios
Mas ainda possa desejar-me com o ardor das chamas


E possa ir sem culpa
Possa partir sem medo
Mesmo que um espera infinita roa em meu peito


Lembro das paqueras e dos olhares
Para eternizar o sentimento na memória
Desse amor ao qual dei asas para que voasse
Livre, Livre


E só sorria em teu leito
Na lembrança do que foi
(E foi...)
(E é...)
O que nos permite tirar os pés do chão
E o coração saltitar mesmo na solidão


.
(Suellen Verçosa)

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Bom e velho gosto de romance antigo


Um tanto precoce
Mas é tão bom sentir essa brisa
E o conjurar de toda essa sensação

É bom lembrar
Faz bem
E há quanto não ouço alguém dizer que o mundo ainda é
cor-de-rosa

Só pra lembrar...
Só pra lembrar...

Que as flores ainda não murcharam de vez
Ainda se pode ouvir os batuques do coração
E aquela velha canção de fundo

E todas as cores
Daquelas que o rosto toma
Despertam lentamente todas as outras
E a primavera flori dentro do peito

Tudo pra dizer o que é estar perto dele
Tudo sorri novamente pra deixar de lado o inverno
Tudo muda pra gritar, pra ecoar e pra sonhar
Que o gosto de velho romance é bom
E o quão agradável é o amar
.
(Suellen Verçosa)

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Meninas...


As flores cresceram
E agora elas saem rebolando seus corpos...
Não precisam mais pedir permissão aos pais
Saem sempre só para não cair numa rotina
Bebem aqueles líquidos vendidos em bares
E que misteriosamente as torna mais adultas

E o olhar muda...
As meninas cresceram papai
Vejam como elas estão repletas de si mesmas
E não mais os reflexos de suas mães


Vê como agora são meninas fortes?
Vê como lidam com o mundo?
Vê a força que tens?


Já sabem lidar com suas paixões
Desvairadas
Carregando sempre a si num pedaço de chão


Vê como choram?
Vê como crescidinhas ainda lavam a alma?

Mas rapidamente enxugam seus rostos
E saem arrumadas, maquiadas e cheias de ardor
Para mais uma aventura
Para mais um teatro perfeitamente encenado


E no final da noite
Se tornam medrosas meninas...
Que apesar de tudo
Ainda temem o escuro!


(Suellen Verçosa )

sábado, 3 de novembro de 2007

Re.fle.xo

.
Intenso...
Mas tão longe ele vai
Vive suas figuras interpretativas
Cunhando temas tão reais

Meu espelho invertido
Reflexo que exilo
Dos meus múltiplos corpos que se mostram por aí
E do ar que respiro

Dele que corre contra a ventania
De mim que fujo da represa
Dos corpos laçados pela vida
De um mistério que o envolve pluralmente

Espelho convexo
Em meu leito te espero
Despida dos corpos do dia
Desfaço-me em tão tênue vestido
Para que me toques a alma
Em nossos cacos preenchidos
.
(Suellen Verçosa)

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Dos beijos que quis

.
Tão belo o sorriso
De dentes grandes e brancos
Que se aborrece com o dia
Mas nunca vejo teus prantos

Iludi-me com tua face
Dos beijos que quis dar
Do rosto que me lembro todos os dias
O quanto me fez mudar

Uma noite
Um encanto
Um sonho
Um amanhã

Para misturar todo o pensamento
Aprisionando no tempo
Cuidando da ferida
Plantando seus desejos
E no curar das cicatrizes
Sentir seus verdadeiros beijos
.

(Suellen Verçosa)

domingo, 21 de outubro de 2007

Da mulher e sua natureza


De tudo que foi dito
Mensageiro repentino
Doce e suave ventania
Arrepiava o sentido

Blasfemas contra as paredes
Tão firmes em suas bases
Não percebes do coração rijo
Permite que a lágrima te corra a face

D’onde a plena candura era efêmera
Sombreava as curvas perfeitas
Tocava seus medos oblíquos
Num contraste de incertezas

Porque no desejo partido
A doçura se esvai
Num choro incontido
Dela que sofre por natureza

(Suellen Verçosa)

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Um presente de Luciano Martins

.

de pétalas e brisa
a vida é feita.
a pétala é o ser,
destino é vento
que leva a massa tênue
pelos ares
e deixa que repouse
em um momento.
então se ilude a pétala,
e pensa que este chão
de agora é para sempre,
que eterno é o amor
que vê adiante
e que é constante
aquilo que é instante.
e vem a brisa e novamente
ergue do chão a pétala
iludida
e vai,e a conduz por outros ais
então a massa tênue de perfume
entende que sua vida se resume
à memória do aroma,
nada mais

(Luciano Martins)


* Esse foi um delicado presente, que de tão belo e delineado me permitiu o alcance das palavras em gestos, sons e desejos. Que as pétalas sim estejam em movimento, e que o aroma seja constante, no embalar de nossos pensamentos. Abraços e obrigada.

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Das cores e flores


Fosse preciso mudar estas cores
Do inverno em que refiz meus amores
Tão cheios de si em suas buscas indolores
Deles que me ofertaram tantas flores

Que ressecadas estão agora
E o cálice já sem o vinho
O sangue que escorre pelo dedo
De onde tirei um espinho

De mim hoje tão contente
Que encontrou razão nessas linhas
Onde vivo em uma enchente
De amor, paixão e rima

Quais de mim se perdeu por aí?
Quais não aprenderam a retornar?
De mim que caminhou sem destino
E do amor catou apenas as pétalas
Sempre tão cheias de cismos
Mas suas cores já não eram tão belas
Naqueles jardins já tão aborrecidos

(Suellen Verçosa)

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Do adeus juntei os trapos


E quanto mais me reaproximo de você
Mais vejo sua mão a sacolejar
Acompanhar o vento
Dizer-me adeus

Sei que do adeus e das despedidas me sequei
Vi muitos...
Quantas partidas já sobrevivi

Mentira é dizer que não me dói
Incorreto é afirmar que não houve erro
Sempre tão coberta de "e se?"
E sempre tão longe do fazer

Junto trapos como quem quer colar as cores
Seco os prantos
Cessam as dores?
Sinto o vento...tão leves os cabelos...

A falta que faz o teu olhar
Dessa partida que me tem feito pensar
Nos dias em que os tons se faziam tão fortes
Mesmo que houvesse a armadura a me bloquear

Só espero que do adeus
Meu coração se recupere
Quem sabe um "até logo" "até breve"
E eu possa não me afastar dos olhos teus

(Suellen Verçosa dos Santos)

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Da chama e suas cinzas...


Olhos que não te veêm mais
Razão dispersa entre os restos de cinzas que o vento não levou
Caçadas e encontros superficiais
Melódica chama que já se apagou



Sossegada de modo atípico
Á vista de grandes marcas já indolores
Porque o que acabou
Acabado está



Dessa carcaça que inflama
Dos dias ainda sem solução
Do passo tão longe que te cansa
Só o que queres é que te segurem a mão


(Suy)


quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Do poeta fiz poesia


O poeta é um aventureiro...
Em palavras;
Em gestos;
Em traquejos;

Aquele que sofre sem haver dor
Com palavras acompanhadas de lágrimas.
O mero movimento da caneta em entremeio de seus dedos
Que partem de um sentimento
Nem sempre de amor
Nem sempre de dor

O poeta é um eterno escritor inveterado e apaixonado.
Que não tira a alma da balança
Que rega seus dias a versos
Sejam eles de alegria ou esperança

O poeta não aprendeu com o mundo a arte de escrever
Ele procura no fundo de seu "eu" uma forma de permanecer
Que os papéis acabem,apodreçam,rasguem
Mas o sentimento em verbo seja um alforge ao vento

O poeta é aquele que se destilhaça diante das pessoas
Que tira seus adereços
Se despe das vestimentas mundanas
Mas que nem sempre é compreendido

O poeta toma para sí as dores do mundo
Indigna-se com as injustiças
E transcreve em seus murmuros
Toda a verdade que não foi dita

O poeta é um gênio não declarado
Que mesmo na amargura descrita
Não corrompe o seu sorriso
Transforma sua imagem em um nome
Troca sua cela por uma imensidão de frases
Vezes sem nexo
Repletas de criatividade floradas em sua vida
Que permite que as cores invadam seu dia

Mas o poeta é humano
Tão mortal ser
Que permanece em palavras
Muitas vezes não publicadas
Mas que a cada ano
Envelhece como todos os demais
E quanto mais o tempo passa
Mais ele parte ao encontro dos anjos
E tão breve como qualquer mortal
Ele se vai

(Suy)


Obs:. Pensei em usar esta poesia num concurso literário em homenagem a um poeta,Gilberto Mendonça Teles,que com os versos de MODERNISMO (poesia dele),regou alguns dias de imensa escuridão me fazendo pairar numa reflexão contínua.

segunda-feira, 23 de julho de 2007

~~Vida a trilhar~~


E é nela...
Nela que eu quero estar!

Na vida...
...que me extravasa...

Sei dos caminhos que percorro
Mas não sei onde eles vão me levar

Enfim, se choro
Sem nunca pensar
A razão deve ser óbvia
O caminho é de matar

Mas se a ele resisto...
As feridas ...
...essas vão sarar!

Pra que mais quatro estações eu possa anualmente trilhar!

(Suy)

sexta-feira, 13 de julho de 2007

~~O chão que piso~~

Forte a terra...
Repleta de flores...
Um arco-íris de cores...
Reluz em meio ao teu pranto e dores...


Esse chão que sustenta teus pés...
Nesse caminhar tão longo que nos põe a esquecer...
De onde vens?!!
E onde estás?!!

Aquela...

Aquela mulher que de vestido rodado passa...
Aquela que caminha nesse chão...
E sabe da candura de sua face...
Aquela que sempre pede perdão...
Mesmo aos espinhos que seu vestido rasga...

~~Borboletas~~

Que cândida aparência...
Nos põe a pensar...
Que saga que refaz tua vida...
De lagarta se põe a transformar...
Em um colorido só...
De plenitude a exalar...
Magnificos os voôs...
Que ela irá alçar...

(Suy)

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Noite de Lua Cheia


Essa água que desliza no teu corpo
Tão lentamente vaga
As pontas dos dedos que te toca todo
O semblate que muda a calma

Aquela lua que nos olhava
Testemunha daquele clima
Ele com o qual sonhara
O cheiro intenso de laranja-lima

Aquele frio que os corpos aproximava
Tão leves olhos que me cercava
Doce momento que o coração salta
O mais breve beijo que me cala

Sobre aquela luz que nos pregava a atenção
Seguimos um instinto que nos tomava
Aquela que repentina era nossa razão
Enquanto ele me amava

Agora,aurora do dia
Aquele sossego que nos era presente
Durante o tempo em que fostes meu guia
Em que me deixaste tão contente

Lua cheia que nos inspirou
O dia nasce com uma verdade em mente
Daquele que me conquistou
Em uma noite desenhada tão perfeitamente

(Suy)

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Cárcere do Sentimento

Essa visão que contamina minh'alma...
Essa luz que me faz perder a calma...
São tantos os reflexos que não nos dizem nada...
Tentando está o sentimento sair desta jaula...

Que cárcere!
As coisas assim são tão frias...
Essa barreira toda que te fere...
Que profundamente consome teus dias...

Aquele céu que se contempla distante...
Não te traz a mesma alegria...
Aprisionado está neste instante...
Nessa cela tão vazia...

Ah liberdade!
Essa que se faz tão fina...
Almejo essa tão inquieta beldade...
Até me enche de fantasia...

Romper-se-ão as grades...
Voa sentimento guia...
Refugia-te em meu peito...
Que agradecendo,brilha!

(Suy)

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Menino Moleque

GRES Pérola Negra, Vila Madalena, São Paulo - SP, 2004

Menino moleque...
Descalço na rua...
Não se toma pela tristeza...
Não se abate pela amargura...

Não sabe do sofrer...
Tem por si a doce aventura...
Sonha com as estrelas...
Mesmo temendo a altura...

Regado de sonhos...
Necessária candura...
Vestido estás...
De uma forte armadura...

(Suy)

terça-feira, 12 de junho de 2007

__Sinta-me __

Rompendo o silêncio tão breve
Estamos sozinhos e tão entregues
Suados corpos entrelaçados
Impossível que se negue

E beija-me a nuca
Sensação que não se compara
Sinta-me como sua
Ama-me com a alma

Súbito desejo
Prazer que não se acaba
Era-se o sossego
E não nos toma a calma

Embriaga-me de paixão
Com esta entrega doce
Me acalenta o coração
Sinta-me e me use

Que movimentos tão certeiros
É verdade que me entrego
Não existe castidade
Nesses momentos tão incertos

Então estamos abraçados
Corpos nús e tão satisfeitos
O quanto fomos amados
Sinta-me com teu peito

(Suy)

segunda-feira, 11 de junho de 2007

__Teto,parede e portas__

Foto de Ifmoth

Estar no meio deste vendaval...
Ouvindo tantas vozes...
Tentando ultrapassar este canal...
Sem querer que me olhes...

Seu teto,sua parede e portas...
Te trancas na tua memória...
Finge que cada erro cometido...
Foi totalmente pela minha demora...

E esse vento que te afronta...
E essas mãos já sem força...
O tempo passou e o que tens é o agora...

Não quebre mais as paredes...
Não bata mais a porta...
Desça logo deste sonho...
Que tanto te apavora...

Doce embalo da paixão...
Que de remorso te devora...

(Suy)

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Há alguém...


Arde mais que chama acesa...
O corpo clamando o toque...
Inerente a minha pureza...
Pedindo que lhe olhe...

E essas palavras que não calam...
Momento que me intriga a mente...
Te refaço constante na alma...
Não sinto-me mais como antigamente...

Procurando formas de burlar o sentir...
Com uma dúvida que não cessa...
Mas o que quero é atirar-me a ti...
Sinto o fôlego esvaindo nessa entrega...

(Suy)

quarta-feira, 30 de maio de 2007

__Rosas em botão__


São dúzias de rosas em botão...
Que te ofertei com paixão...
Em teu olhar desfiz-me em lágrimas...
Tão sedento está o coração...


Susurrando com uma voz saliente...
Cala-me com espinho cortante...
Desfaz minha vida errante...
E encarna-me com teu gesto inconsciente...


Densa solidão...
Que eu quis sentir...
Dormente me fiz para esta canção...
Um breve relato que prediz...
Que cansados estamos sem razão...
Pelas mentiras que eu tanto quis...
Tão nulas estamos numa prisão...
Que nos remete a um inverno infeliz...


(Suy)

quinta-feira, 24 de maio de 2007

__Minha Natureza__


Um semblante tão terno
Uma voz tão doce
Que provoca mistério

Moldada pelas mãos pacientes
Enriquecida nos encantos da terra
Consagrada pela mãe natureza
Bióloga amante da vida


Feliz em cantarolar suas músicas favoritas
Provocante no dançar que demonstra a alegria
Porque dias melhores são cultivadas
Nos sorrisos diários
Nas ações sem sentido
No caminhar preparado
E no amor desmedido


(Suy)

terça-feira, 15 de maio de 2007

__Rosa de Tereza__

Foto: Suellen Verçosa

Solta a flor...
O espinho já te feriu...
Alguém te marcou...
E por aquela porta saiu...

Dantes tua enorme pureza...
Cândidos olhares fraternos...
Notastes o que é mais Tereza...
Do que mais nos doaremos?

Abrandado coração...
Povoa o contentamento...
Das rosas és a canção...
Que embala o pensamento...

(Suy)

segunda-feira, 14 de maio de 2007

~~Iron Lady~~


Donzela de ferro...
Ferida está...
Tão peculiar movimento...
Ao seu tempo retornará...

Tão abatida...
O sangue que corre...
Não diria-se tão nobre...
Por poder romper sua armadura...


Indomável criatura...
Que se pôs a brunir...
A mais breve rachadura...
Que a lâmina tratou de abrir...


O semblante muda...
Descaracterizada figura...
Que uma batalha por mim...
A chamar está por um breve fim...


(Suy)




quinta-feira, 10 de maio de 2007

__ Fome __


Num rosto já tão pálido...
Enxugando as lágrimas...
Apenas não existia o laço...
Que arrepiavam as lástimas...

E sede de seu próprio sangue...
Que a terra não consome...
Vestida está a fome...
Nos quadros por onde ando...

Deitados e esparsos...
Melindros diários...
Tão quanto duzentos punhados...
De farinha seca que preenche o espaço...

Tão insatisfatória imagem...
Se faz adiante um pecado...
Vida em pele e ossos que cobrem...
Apenas o retrato tão sem cor de um cotidiano ordinário....

(Suy)

terça-feira, 8 de maio de 2007

__A cena das flores__



Iniciai-me nas curvas frenéticas do teu ardor
Comensurável reflexo
Hábito entreaberto
Pureza sórdida
Vagos movimentos
Inebriante clamor
Que destaca o perigo
Tão vasto calor
Que encerra meu sentido
Atrevidas as flores
Que roubam-me a cena
Repetem movimentos
E se cumpre a pena
Que o vento se ocupa
Em remediável e plena
Torpidez e exaltar
Da mais nobre és serena

(Suy)

segunda-feira, 30 de abril de 2007

__Retrato do Ego__


Caminhando descalça pelo asfalto...
Assim tão quente...
Tão rígido...
Que fere meus pés...
Que recalca o meu ego...

Sofisticada cobertura...
Suaves cores projetadas...
As marcas tão óbvias...
O que tenta cobrir não apaga...
Esconde...

Retrata de forma infame...
As silhuetas incondicionais...
De uma plenitude não existente...
Deformada as demais...
Pelo sentimento constante...
Relembrando dias irreais...

Mas a fagulha deixada...
A carne rasgada...
A cicatriz não sarada...
Remoe...
Consome...
Absorve a beleza...
Perdida em meio as feridas...
Enterrada entre as pedras...

(Suy)

quinta-feira, 26 de abril de 2007

__Soberba de Lis__


Sólidos e térridos os dias...
Macabras possibilidades...
O tempo corre...
Nos trazendo a idade...

Percorrem os sons...
Manifestos de igualdade...
Desatento aos tons...
Que embalam a nossa sentimentalidade...

Ignora o contentamento...
Tão presente como o vento...
Satisfaz-se com mentiras...
Devastando seu pensamento...

Inflamado em tristezas...
A imagem se supera...
Repleta de soberba...
Que não esconde as proezas...

Foge...
Para longe de si...
Onde a realidade requer nobreza...

Pelos campos o bem-te-vi...
Te demonstra a reles pureza..

(Suy)

quarta-feira, 25 de abril de 2007

_Suas proezas...Meus abalos_


Soneto inacabável...
Percorre minha mente...
Alusão ao que se foi...
Esclarece-se sempre ausente...


Deitar-te ao meu lado...
Mãos frias...
Dizem que coração quente...
Toque gélido...
Nenhum sentimento presente...


Perguntas no ar...
Sentidos inexistente...
A dúvida percorre...
A resposta é evidente...


Corpos entrelaçados...
Que não significam o que mostra...
Nada mais do que amarras...
Que somente se acomodam...


Fita-me com olhares impuros...
Deseja-me com indescência...
Anseia com brutalidade...
Rompe a essência...


Calados...
O silêncio se manifesta cortante...
Rasgando a delicadeza...
Destruindo a pureza...


Mostra-te cansado...
Sucumbindo da proeza...


(Suy)

sábado, 21 de abril de 2007

Mistura-te a mim...


Falsos provérbios dilacerados...
Devaneio comum...
Simples loucura...

Anseio os dias...
Desatento a luz...

O reencontro inevitável...
O sossego almejado...

Tão calmo...
Tão sóbrio...
Deitado sobre a cama...
Diz-me palavras profanas...

És mesmo...És tão...
Tão meu quanto dizes?

Os ombros relaxam...
A voz soa terna...

Os improvisos e o acaso...
Estão em cada canto do quarto...

Nem eu..e nem você...
Deciframos os lapsos...
Criamos obstáculos...
E não descobrimos como agir...

Fomentando a garoa...
Corriqueiras as noites...
Perdidas as amarras...
O fio que nos separa...
E o sentimento...
Voa ...
Voa...

E..

Mistura-se ao vento...

(Suy)

quarta-feira, 18 de abril de 2007

__Os balanços__


Balanços e assentos...
Vestida de trapos...
Confesso meus anseios...
Desfaço-me dos calçados...


As cordas me sustentam...
Ouço o ranger enquanto me balanço...
Cabelos ao vento...
Repentino prazer...


Manifestas as árvores...
Que fazem-me ver o vento em movimento...
Soltos os laços...
Que me ligam ao sentimento...


Perdidos se fazem...
Nas relvas ou nos vales...
Invernos e cicatrizes...
No meu corpo se encontram...


Solitário e ferido...
Lugar almejado...
Para as rosas cairem...
Entre os dedos já tão pálidos...


Pétalas jogadas...
Num corpo já desfalecido...
A alma carrega consigo...
O ferimento não curado...


E a paisagem tão simples...
Manisfesta beleza...
A mistura de morte e natureza...
Que o tempo carrega...


E que desfaz-se em meio a correnteza...



(Suy)

terça-feira, 17 de abril de 2007

__Voz e paixão__

( Foto de Suellen Verçosa)

O espaço vazio...
Onde se ouvem os ecos...
Vozes dissonantes...
Misturam-se ao tempo...


Soa a vida...
Soam os medos...


Tementes laços os que criei...
Vagos os caminhos por onde andei...


Onde se ouvem as vozes...
Vozes que não sei de onde vem...


Mas que em seus tons perdi a noção...
E em seu cantar ...


Recobrei a paixão!!!

(Suy)




sexta-feira, 13 de abril de 2007

A dança...


Harmônico verão...
Selvagem desejo...
Flutuo em tua mente...
Me afogo em gracejos...


O baile em que danço...
Vestido rodado...
Cores apagadas...
Sorriso ameaçado...


E ele entra...
Terno impecável...
Rosto sereno...
Coração dilacerado...


Frios...
Calados...


O casal roda no salão...
Revelam suas fragilidades...


Não há...

Não há...


Quem os veja chorar...

(Suy)

quarta-feira, 11 de abril de 2007

**Vontade**


Seu instinto que me devora...
A cada passo...
Ou cada sorrateiro rastejar...

Porque me persegues...
E cativas cada desejo que anseio fervorosamente desejar...

Vontade que inflama...
Que consome...
Que engana...


E me faz uma mera perdiz...


Ensaia verbos...
Retrata provérbios...
E depois dos trechos...
Diz-me mentiras...

E esvai-se em cinzas!!!



(Suy)








terça-feira, 10 de abril de 2007

____Descalça_____


E me deixa porque hoje acordei com alma de compositora...
Cantarolei músicas que nunca ouvi...
Desafiei a minha mente...
Sorri como uma criança...


Dias mais que perfeitos...
Existência imensurável...
Cláusulas não lidas...
Quem sabe desabafos...


E os meus pés...
Caminhando por terra...
Caminhando pela lama...

Descalços...


Mas a alma...
Esta reluz...


Quão límpida estás...
Quão intocável se manterá...



Obs: Não era para ser poesia...
Mas eu não sei de onde vem essa vontade tão absurda de escrever...
De me refazer nas palavras...
De me encontrar em autosugestões...
De me encantar com os momentos que vivo...
De sussurrar palavras inicialmente sem sentido...


Mãe... Acho que descobri o que quero ser...

....


Escritora!!!
(Suy)

segunda-feira, 9 de abril de 2007

___Tempo___



O tempo devora as almas descontentes...
Soluciona os medos aparentes...
Marca as palavras e as faz eternas...
Fere os sentimentos falsos...
Perturba a mentira...
E perdoa o destemido coração...
(Suy)

domingo, 8 de abril de 2007

Os dias...

( Foto de Filipe Franco)


Perdidos...
Malvados...
Aborrecidos...


E os sons se refazem...
Os cheiros não são mais os mesmos...
E a inocência até então intocada...
Abala-se e o que restam são as marcas...


As horas passam...
E o que ficou para trás reluta para manter-se...


E como te achar e depois te perder do meu caminho?
Como navegar nas ilusões e flutuar nas cores de Almodovar?


Se as pontes foram cerradas...
Se o tempo não volta...
Se o que foi...não será mais...


E o que resta?


Quem sabe o novo caminho aberto depois da colina!!!


(Suy)


quarta-feira, 28 de março de 2007

Susurrando ...



Clandestina em teus sonhos...
Real em tua mente...



Desejos inertes...
Confusão aparente...


Domados sentidos...
O desfrutar consciente...


Respiração ofegante...
Som perdido em minha mente...


Carinhos mútuos...
Que se perderam entremeados...



O sufocar de meus pensamentos...
Ligados a tua verdade...


Que te quero mais do que tudo...
Em meus risos frequentes...


(Suy)

terça-feira, 27 de março de 2007

Entrelaços....


E quando há vento...
E logo segue a chuva...
São os dias em que o pranto não passa despercebido...

É quando a dor é compatível...
Quando as lágrimas são desmedidas...
Quanto mais longe vou...
Mais me sinto seguida...
Você sente meu cheiro...
Segue o meu suor....
Não perde a minha essência...
E tudo parece tão confuso em mim...

Paixões...
O rasgar de corações...
A perda de consciência...de início,meio e fim...
E por quê??? E para quê???

As flechas que transpassaram ontem ainda doem...
E os castigos ainda estão por vir...
Cada minuto meu tem sido a última gota...
Eu sei que vai acabar....
MAS QUERO DESFRUTAR DE CADA UMA!!!

E estes dias...
Marcados em minha memória...
A existência perdida...
Me deixa explorar o mais infindável abatimento!!!

(Suy)

segunda-feira, 26 de março de 2007

Domingo de verão...loucura sem razão!



O beijo recém iniciado...
O avesso do desejo...
A não pensada solução..
Amparos físicos foram em vão...

O toque infame...
A injusta causa...
O modelo de traição...
A desesperada atenção...

Ações impulsivas...
Não combatem...
Nem revelam o caminho...

Somente perdidos...
Ousados e feridos...
Repletos de insatisfação...

Porque o amor sofrido...
O rogar perdido...
O beijar entremeado...
Não nos devolve a razão!

(Suy)

sexta-feira, 23 de março de 2007

E o que parecia ser...


Impulsos incontroláveis...
A fortaleza desmorona...
Os portões se abrem...
Mas as janelas ainda estão trancadas...

Pode o amor esvair e virar cinzas??

Quando nuvens tomam todo o céu...
E o calar se faz necessário...

Quando as palavras se encontram ausentes...
E os sentidos marcados...

O coração pulsa...
O juízo não sabe mais definir...

Formas e luzes...
Nada mais...em seu lugar...

E os dias perdidos...
As noites acordadas...
Os bosques ...os lagos ,as cores...

Nada volta a ser o que foi...


O sentimento implacável...
Jamais altera ou deforma suas sensibilidades...

Apenas molda a si mesmo...
O sentimento...

E nada mais...

(Suy)

quarta-feira, 21 de março de 2007

Soneto e canção!


Soneto me faz...
Cantar alegremente...
As valsas mais leves...
O olhar mais reluzente...


Que sofres menina?
Tens luz...
Luz que irradia...


As dores em ti curam...
O breve sentir ...
Que passam...


O que tens perdido...
Aonde tens andado...
O que tens temido...


São apenas meros reflexos...
São apenas lembranças sem cores...
É apenas a infância se perdendo...

A realidade que mesmo de mansinho...
Ainda fere seu nobre coração...
O olhar que mesmo temendo...
Ainda recorda a canção!


(Suy)

Aos....


A nova batalha...
Que queima em minha pele...
A brasa me fere...
A crença em anjos...
A cura para as feridas que ardem,doem,machucam...
Aos sentimentos vazios...
O desejo de desfalecer...
Ao choro incontido...
As lágrimas que nunca rolaram...
A mágoa invisível...
O rosto sem dono...
As palavras sem nexo...
As decisões sem motivo...
A infelicidade gratuita...
Ao desprezo desmedido...
Aos erros injustificáveis...
Rogo o perdão...

Peço,

Apenas em pensamentos...


A solução!!!



(Suy)

sexta-feira, 16 de março de 2007

Vazia menina...


Em prantos estava...
Aquela doce menina...
Andando descalça...
Temia e corria...
E quando era a hora...
Aurora do dia...
Ela endireitava seus cabelos...
E assim se fazia...

Vazia...


Vazia...


Suas vestes não a cobriam...
E tudo o que se podia ver era nada...


Vazia a menina corria...


Desmedida...
Desvairada...
Destemida...



No campo coberto de flores ela vivia...
E se perdia...


Vazia porque nunca deixou sua alma ser penetrada...
E o amor invadir o coração...


E assim...


Sempre temia...

E por isso...sempre corria!!!


(Suy)

quarta-feira, 14 de março de 2007

O cultivo



Tem muito mais coisas escondidas em minhas histórias...
Eu sei que vivo conforme preciso...

Alegro-me com cada conquista mesmo que seja pequena...
Aproveito...pode ter certeza...
Mas é claro que chega
uma hora...
Que você pára e começa a pensar sobre tudo...

São horas
inevitáveis...

E agora...exatamente...
Estou num desses momentos...
Mas isso é bom...
Leva a auto-avaliação...
Se estou bem...
No que posso melhorar...
Tenho aprendido MESMO com meus erros...
E isso já é uma grande coisa...

Cultivei coisas boas...
Colhi melhores ainda...
Mas a questão é...ter que continuar a plantar...
Não só por mim...mas por quem está ao meu redor também...
Mas plantar para os outros requer muita força...

Porque nem sempre para nós é motivo de satisfação...
Mas...acredite...tenho aprendido também a plantar pelos outros...
Não "para" ou porque não podem...

Mas porque quem está ao nosso redor...

E sorri com as nossas alegrias e chora pelas nossas derrotas...


Também merece ver um pouco de nós em si!!!



(Suy)

terça-feira, 13 de março de 2007

Adormecer


Lúcido adormeço...
Sem pedir permissão...
Tomo conta dos teus sonhos...
Implorando tua atenção...
Crio teus desejos perfeitos...
Perdo-me em solidão...
E quando adormeço...
Vejo em teus olhos a minha ausência...
De quando as noites não te acareciam as costas como eu o fiz...
Múltiplas vezes eu te cerquei com as fantasias de Alice...
Mas você não é Alice...
Nem sei quem mais é você...

Então...agora não mais lúcido adormeço...
O amor sim ,esse adormece!!!

(Suy)

quinta-feira, 8 de março de 2007

Dia da mulher!!!




Que esse dia seja repleto de alegrias...
Que o pôr do sol seja perfeito...
Que o luar esteja esplendoroso...
E que as estrelas contemplem e sintam inveja do brilho das
mulheres...
Não só nesse dia...
Mas em muitos que ainda virão!!!


Feliz dia da mulher!!!

terça-feira, 6 de março de 2007

O esquecer...




Pensei muitas vezes...
Fui frágil em situações delicadas...
Me refugiei no passado...
Tentava carregar os traços do que sobrou...
Descobri verdades...
Menti por zelo...
Recriei um momento por saudades...
Carreguei as pedras...
Construí um castelo...
Ergui paredes e muralhas...
Que você, com apenas duas palavras conseguiu derrubar...
Sentimentos renascem...
Mas a alma não se alegra como antes....
Os vestígios são marcas...
E ainda estão visíveis...
As dores são lembranças...
Mas os acontecimentos são fatos...
Apesar dos dias vazios...
Apesar das ações sem nexo...
Apesar do sentir...
A vida me deu a escolha de esquecer...
E se é assim...eu o faço...
Não desejo mais em minha mente e em meu coração dias sem sol...
E que os meus sonhos sejam empecilhos de uma relação...
Me amo...
Amo minha vida...
E é isso que tem que permanecer!!!


(Suy)

segunda-feira, 5 de março de 2007

Somente Que....




Que eu possa alegrar-me sem necessariamente ter um
motivo...

Que eu possa entristecer-me e perceber que isso é só um
momento...

Que eu possa chorar de várias formas por razões verdadeiras....

Que eu possa sentir saudades e vencê-la em suas várias
etapas...

Que eu possa gritar sempre que necessário...

Que eu possa sentir raiva por alguns segundos e logo depois
esquecer...

Que eu me motive a cada dia para conquistar meus ideais...

Que eu me livre de todas as coisas que andam atravancando a
minha vida...

Que o sorriso seja constante e possa sempre ofertá-lo aos amigos
e inimigos...

Que os dias sejam sempre belos e carregados de lições...

Que os amigos possam me estimular quando eu me sentir fraca...

Que a família possa sempre ser o motivo de minhas buscas...

Que o amor possa ser compreensível e não desacredite da força
que exerce em mim só porque muitas vezes me encontro ausente...

Que ele seja forte para resistir as adversidades...

Que ele seja maduro para estar presente quando me sentir
isolada...

Que ele seja uma oferta diária...e que nunca me deixe caminhar
só..

E que mesmo acompanhando cada passo...esteja sempre atento aos
próximos...e que a cada queda ele possa me dizer o quanto precisa de mim e o
quanto tenho que ser forte...e não me deixe desistir...


E especialmente que me ame sem me prender...me deixe livre para
escolher!!!



(Suy)