terça-feira, 6 de outubro de 2009

Acreanidade

.
Cheiro que embriaga
Luz que acende a chama
Perdida faço relatos do que vivi
Apenas faço

Doa esse pedaço de ti
Faço tanta questão de querer
De tudo que vi
Apenas ter

Não são perdidos os versos que criei
Lembrança
Lem-bran-ça
Tem aroma de terra molhada (do Acre)

Ah, que as estrelas povoam um céu límpido
Soa, ecoa, vive
Céu perplexo que irradia
Tal qual um erege

A brisa que não se compara
Suaviza minhas cicatrizes falhas
Que até então são datadas
De noites de verão quase caribenhas (mas são acreanas)

O sangue que corre aqui
Não sabe ver outro lugar
Fruto de um Aquiri
Tão sedento como meu lar

.

(Suellen Verçosa)

domingo, 6 de setembro de 2009

Ao seringueiro


É que os seringueiros tinham vida sofrida
Mas sem preguiça
Colocavam sua poronga na cabeça
E simplesmente seguia

A manhã raiava
O sol acompanhava
Sua grande colheita
O dia espreitava

De fininho a aurora do dia
O percurso perfazia
Repleto de alegria
Ia ele ao barracão

Pagava o que consumia
Com afeto retornava ao lar
Repleto de satisfação

Quem dera ele uma vida menos sofrida
Que não dispusesse de tanta exploração!
(Suellen Verçosa)

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Unhas e carne

.
É minha a carne que rasgo com essas unhas afiadas
É meu o desejo de morrer para essas memórias
.
Aqui que se confunde o mistério da simplicidade
E onde se guardam os laços de uma irmandade!
.
Surtando em refletir outras figuras
O espelho que perplexo me afronta
Sugere admirar outras formas
.
São linhas e traços
Efeitos e estilhaços
Garras e pedaços
Sentimentos guardados
Ponteiros acertados
Dançarinos descompassados
Cadarços desatados
Esperando o 'grand finale'
.
Almejando o replexo perfeito
Oh, espelho infiel, que a imagem guarde!!!
.
E do que foi incerto
O tempo agora conserte
E nada mais que eu diga
Um dia fará parte
Se todos foram embora
Então meu sonho é inerte
Não importando o quanto eu o mate!
.

(Suellen Verçosa)

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Novidade!!!

Eu tenho um novo blog!

Mas isso em nenhum aspecto vai
fazer esse deixar de existir. Apenas senti
necessidade de ter um lugar onde eu falasse
das coisas rotineiras dessa vida...

O 'Tão frágil como a porcelana' é meu
refúgio poético e não quero deixar que
ele perca esse título para virar um 'diário
pessoal'. Ele é mais! Muito mais!

Pra quem quiser conhecer o novo blog,
intitulado "Come de l'eau" é só seguir o link!


domingo, 16 de agosto de 2009

Segredos


.

Segredos impressos em papéis coloridos

voavam pelo quarto no dia em que o vento

sorrateiramente brigou com as nuvens.

.

As palavras ali impregnadas logo trataram

de correr umas para longe das outras,

e assim, estavam bailando

por todos os cantos.

.

Estavam nuas e cruas...

Despidas de tudo aquilo que até

então só lhes pertenciam!

.

E assim o mistério que habitava

aquela mulher se revelou sem pedir permissão!

.

(Suellen Verçosa)

domingo, 26 de julho de 2009

A cabana

.

São tantas as coisas que eu deveria ter feito e as que não fiz...
Foram tantos os dias que me deixei levar por coisas pequenas ao invés de estar em plenitude no teu abraço, mas que em nenhum destes momentos passei a amar menos!

Foram tantos os risos indiscretos, e os carinhos mútuos que mesmo cansados de uma noite de discussões infindáveis acabávamos sempre por pertencer um ao outro, de um modo ou de outro... O pensamento não desligava e as cordas que atavam nossos corpos a cada dia mais unidos foi também nossa perdição!

Não houve sequer um dia que deixei de me sentir plena na tua companhia!E com certeza não houve intensidade mais forte batendo todos os dias no meu coração e pedindo espaço para ocupar sempre mais!

E assim algo se instalou absurdamente ligeiro, e com todos os apreços de uma vida conjunta, fomos tomando parte de um todo particular. Era como viver esperando a hora de encontrar sem pensar nas despedidas!

Foi tudo em um segundo...
Era tudo no meu mundo...
E nunca vi como tragédia grega ou coisa absurda!

Nos teus olhos encontrei verdade, a qual me ganhava, mas fingia para desmerecer, que haviam mentiras encobertas que assombravam meus dias.

Mas era o medo!
A inconstância!
As brechas que deixavam por alguns segundos faíscas de pequenos perjúrios celebrarem dentro de nossa íntima cabana o aconchego e conforto de amar e ser amada. E assim, muito bem instaladas, essas faíscas passaram a ser fogo!

E fogo destrói...

No meio das cinzas apesar da chama assoladora, ainda existiam muitos traços de lembranças. Porque foram tantos os casos, foram tantos os abraços, que despedida nenhuma foi capaz de determinar a causa mortis da infindável estação que estava por alí, imersa nas cinzas já tão alastradas pelo chão. Um terreno baldio que assolava aquele coração!

Assim, com o absorto inconveniente da chama que queima e destrói, pode-se ver através da janela que os pedacinhos de uma nova estação estariam por vir. Cuidadosamente selados, sem frestas, sem estilhaços! Apenas com a imensa devoção impregnada ali, pois deste que já viveu ao fogo e mostrou que as raízes não estavam presas apenas à superfície, era como uma fênix que renascia do pó de cinzas, mesmo que espalhadas por todos os cantos...

Onde o pensamento permitia, ia instalando-se a cada segundo a sensação do início, com uma nova forma, como numa obra de arte, que mesmo sendo feita pelo mesmo artista, nunca sairia exatamente igual à primeira!

Reluzia de fora, e por dentro estava tudo muito bem protegido, afinal, havia-se construído algo muito mais sólido, mas que mesmo em toda a sua permanência intocável não deixava de guardar em si as razões e sem razões de amores que conhecem a si mesmos, e que ao debaterem-se em relações conturbadas, mantêm longe daquele interior tão bem organizado as virtudes de algo que não se prende ao óbvio e não pode ser marcado com dias fincados no tédio primaveril que assola inegavelmente a maioria das coisas e pessoas que víamos juntos por aí.

Não se pode abater aquilo que é rígido de criação. De fato todos os acontecimentos vieram a ruir esse sentimento, para que bem ao nascer dele soubesses que não era feito de vento, nem que derreteria como açúcar na água caso houvesse tempestades ameaçando cair!

Foi criado na ventania que tentava levar a cada dia grãos, pedaços, lascas, para construir por aí uma nova cabana. Mas vendo que a ventania não cessaria, tratou de enrijecer de dentro para fora, amadurecendo assim com exímio primor!

(Suellen Verçosa)

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Re.Cri.An.Do

.
Cada passo verdadeiro não é dado em vão.
E um dia você acorda querendo mudar tudo,
trocar os móveis de lugar, mudar o cabelo,
ver a vida de outra forma.
.
Renascer,
recriar-se...
.
Não que você não estava bom o suficiente
da forma que estava, mas essa mudança
significa bem mais. Como saber que ainda pode
se desapegar de coisas materiais, que está apto
a novas experiências, que é maduro o suficiente
pra seguir em frente sem deixar que os erros do
passado atormentem e que apesar de todos os
desastres que acontecem naturalmente na vida,
você é capaz de levantar todos os dias e saber que
quem perdeu a batalha, não perdeu a guerra,
e não se dar por vencido!
.
Tenho inúmeras vocações,
todas muito bem cumpridas até então.
E o que quero hoje, o que vejo hoje já não condiz
mais com aquela velha moça...
Essa aqui, de hoje, de agora, quer provar ainda
mais a força que tem e ser feliz,
não um feliz pra sempre como nos contos de fadas,
porque nesses não acredito mais!
.
Quero viver intensamente, sem a certeza do amanhã,
sabendo que só o tempo responderá algumas dúvidas e
outras nem assim deixarão de existir.
.
Tenho sede de aprendizados e muita
garra pra lutar pelos meus objetivos.
.
E que venham as pedras no caminho,
hoje já sei muito bem o que fazer com todas elas!
.
(Suellen Verçosa)

sábado, 4 de julho de 2009

Deliríos em um vendaval sem fim

.
Era como vendaval que arrastava tudo por onde passava
Devorava as palavras
Cantava rimas questionáveis
E só haviam passado algumas poucas semanas
.
Cruzava os dedos esperando o reencontro
Era magia, era loucura e paixão
E tudo isso trajava pureza e inocência
Fascínio que nos queimava e ardia

.
As horas viravam segundos
E as palavras saiam perambulando entre os lábios
Foram tantas razões desperdiçadas
Porque nada seguiu um limite plausível
.
Sem contar o momento de ir embora
Deixamos que o tempo decidisse pela partida
Pois não havia desejo mais real
E não haverá amor mais ardente

.
(Suellen Verçosa)

segunda-feira, 22 de junho de 2009

As pedras do castelo

.
Houveram dias em que o som dos pássaros
na janela não inspiravam a alegria
E houveram cores que não enxerguei
Primaveras que não vivi
Amores que não amei
.
Houveram tempos em que aqui tudo desistia de viver
Estava tudo meio revirado
E era mais uma obra inacabada
.
Desastroso!!!
.
O cenário era apenas um empilhado de
pedras sempre ameaçando tombar...
.
(Suellen Verçosa)
.
Obs:. Depois de algum tempo sem postar, muita coisa aconteceu, muitos planos, muitos fatos, muitas alegrias e tristezas, como faz parte do cotidiano. Mas nada abate a acreaninha, os obstáculos só servem para fortalecer o que há de mais importante nessa incessante busca.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Notas, Versos e Canção

(Foto de Fábio Barbosa)
.
Poderia encher um grande lago com essas lágrimas
Mas na verdade não quero
Nem tento
Nem penso

Tudo que foi feito
Tudo que foi dito
Fez com que os pensamentos mudassem
E o destino se encarregou do restante

Nada seguiu conforme aqueles planos
E hoje as estradas são diferentes
Nem o doce lar é o mesmo
Nem as estrelas do céu têm o mesmo brilho

Melhor é nem pensar mais
Se as notas despassadas soam trêmulas
E na mente reconheço
Que as batidas são sempre as mesmas

Soa como convite
Soa com voz de lembrança
Mesmo que uma grande volta a vida tenha dado
Mas o pensamento com esse acorde percebe sua voz

Nem fazem sentido os versos
Nem as canções que compus com suas batidas
Que ecoam, ecoam e ecoam
Sempre repetidas

Um refrão que decorei
Pra sempre na mente
De quem viveu esperando aquela canção
De notas ainda incompletas
.
(Suellen Verçosa)

terça-feira, 17 de março de 2009

RoXiE...


Recebi do Tiago Teles, do Blog Carpe Hominus um selinho que vem acompanhado de um meme, as regras foram um pouquinho mudadas pra facilitar pra os demais então vou fazer da forma como foi me passado...


Regras:


1ª- Exibir a imagem do selo "Seu blog é ROXIE!" e escrever essas regras abaixo dele;

2ª- Colocar quem te deu o selo nos seus blogs indicados (amigos);

3ª- Escrever 5 coisas que são ROXIE;

a - Sobre música;
b - Televisão e cinema;
c - Três países que sonha em conhecer;
d - Três cores favoritas;

e - Três hobbies.

4ª - Indicar 5 blogs que você acha ROXIE;

5ª - Avise a pessoa que você indicou, deixando um comentário para ela.


5 Coisas ROXIE...

Musicas Roxie:

Quiet Fire - Melody Gardot
The Water - Feist


TV e Cinema Roxie:

A Casa do Lago
Across The Universe
Heroes


Três países Roxie: Brasil, Japão e França.

Três cores Roxie: Verde, Preto e Lilás.

Três hobbies Roxies: Escrever; Jogar Perfect World; Trabalhos Manuais (artesanato);


Repasso para:
Dito pelo Maldito

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Re-Cortada

.
.

Desde quando o céu parou de se exibir
Com suas nuvens esvoaçantes
E detalhes tão cheios de si
Me recordam, recortam, sentidos errantes
.

Palavras óbvias e casuais
Mas tudo ficou meio fora do lugar
Desconjuntado demais
Para olhar a lua agora e não chorar
.

Agora uma grande tormenta me toma para si
Ela vem forte
O bastante pra me derrubar
E só peço socorro...
Quem irá me ajudar?
.

(Suellen Verçosa)

domingo, 25 de janeiro de 2009

Dos Sonhos!


E a menina tinha todas as cores na mão,

balões de todas as cores,

um céu azul-anil fazia parte de toda a paisagem,

com os olhos cheios de contemplação, soltava uma a uma as cores por aí...



Assim, Ana podia ver os sonhos partirem e ver que são tão bons como algodão doce!


(SuY)

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

. Disfarce .

.
.

Pinto meu rosto para disfarçar esse sentimento
Calo-me por inconformismo
Pois de mim passam longe as obviedades
E eu nem sequer lamento
.

Escondo meu corpo pra enganar a platéia
De que adiantam as histórias mal contadas?
Se a verdade dilacera aqui por dentro
E perfura tanto a minha alma
.

Corro depressa sem medo de cair
Para quando olhar para trás não mais vê-lo
Fingir guardar esse eterno segredo
Enclausurar todo esse medo
.

Quanto mais pinto, escondo, corro
Mais vejo a nitidez das linhas de sua face
E nas últimas palavras não consta mais aquela cláusula
Que me mantinha longe do teu abraço!
.
(Suellen Verçosa)

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

A Perdição!

.
Ele passa e devasta tudo que antes parecia tão normal...
Ele passa e faz toda certeza acabar em um milésimo de segundo...
Ele passa e o mistério me assombra...
Quando ele passa!

Tudo no meu mundo cala!
.

Obs:. E só posso dizer que tudo em mim treme, perco a linha, o rebolado, a fala! E nem é tudo um conto de fadas, um mar-de-rosas, o principe encantado. É que a verdade é nossa amiga íntima. E tudo parece funcionar numa certa sincronia. Nem existe poesia aqui, nem versos...é só um relato de quem queria gritar pro mundo inteiro ouvir. Porque vale a pena, dure a estação que durar. Talvez nem passe de uma amor de verão, com sol, calor e muita paixão. Mas só o colorido e o sorriso que há em mim agora, só isso, faz valer cada sentido exagerado!