segunda-feira, 30 de abril de 2007

__Retrato do Ego__


Caminhando descalça pelo asfalto...
Assim tão quente...
Tão rígido...
Que fere meus pés...
Que recalca o meu ego...

Sofisticada cobertura...
Suaves cores projetadas...
As marcas tão óbvias...
O que tenta cobrir não apaga...
Esconde...

Retrata de forma infame...
As silhuetas incondicionais...
De uma plenitude não existente...
Deformada as demais...
Pelo sentimento constante...
Relembrando dias irreais...

Mas a fagulha deixada...
A carne rasgada...
A cicatriz não sarada...
Remoe...
Consome...
Absorve a beleza...
Perdida em meio as feridas...
Enterrada entre as pedras...

(Suy)

quinta-feira, 26 de abril de 2007

__Soberba de Lis__


Sólidos e térridos os dias...
Macabras possibilidades...
O tempo corre...
Nos trazendo a idade...

Percorrem os sons...
Manifestos de igualdade...
Desatento aos tons...
Que embalam a nossa sentimentalidade...

Ignora o contentamento...
Tão presente como o vento...
Satisfaz-se com mentiras...
Devastando seu pensamento...

Inflamado em tristezas...
A imagem se supera...
Repleta de soberba...
Que não esconde as proezas...

Foge...
Para longe de si...
Onde a realidade requer nobreza...

Pelos campos o bem-te-vi...
Te demonstra a reles pureza..

(Suy)

quarta-feira, 25 de abril de 2007

_Suas proezas...Meus abalos_


Soneto inacabável...
Percorre minha mente...
Alusão ao que se foi...
Esclarece-se sempre ausente...


Deitar-te ao meu lado...
Mãos frias...
Dizem que coração quente...
Toque gélido...
Nenhum sentimento presente...


Perguntas no ar...
Sentidos inexistente...
A dúvida percorre...
A resposta é evidente...


Corpos entrelaçados...
Que não significam o que mostra...
Nada mais do que amarras...
Que somente se acomodam...


Fita-me com olhares impuros...
Deseja-me com indescência...
Anseia com brutalidade...
Rompe a essência...


Calados...
O silêncio se manifesta cortante...
Rasgando a delicadeza...
Destruindo a pureza...


Mostra-te cansado...
Sucumbindo da proeza...


(Suy)

sábado, 21 de abril de 2007

Mistura-te a mim...


Falsos provérbios dilacerados...
Devaneio comum...
Simples loucura...

Anseio os dias...
Desatento a luz...

O reencontro inevitável...
O sossego almejado...

Tão calmo...
Tão sóbrio...
Deitado sobre a cama...
Diz-me palavras profanas...

És mesmo...És tão...
Tão meu quanto dizes?

Os ombros relaxam...
A voz soa terna...

Os improvisos e o acaso...
Estão em cada canto do quarto...

Nem eu..e nem você...
Deciframos os lapsos...
Criamos obstáculos...
E não descobrimos como agir...

Fomentando a garoa...
Corriqueiras as noites...
Perdidas as amarras...
O fio que nos separa...
E o sentimento...
Voa ...
Voa...

E..

Mistura-se ao vento...

(Suy)

quarta-feira, 18 de abril de 2007

__Os balanços__


Balanços e assentos...
Vestida de trapos...
Confesso meus anseios...
Desfaço-me dos calçados...


As cordas me sustentam...
Ouço o ranger enquanto me balanço...
Cabelos ao vento...
Repentino prazer...


Manifestas as árvores...
Que fazem-me ver o vento em movimento...
Soltos os laços...
Que me ligam ao sentimento...


Perdidos se fazem...
Nas relvas ou nos vales...
Invernos e cicatrizes...
No meu corpo se encontram...


Solitário e ferido...
Lugar almejado...
Para as rosas cairem...
Entre os dedos já tão pálidos...


Pétalas jogadas...
Num corpo já desfalecido...
A alma carrega consigo...
O ferimento não curado...


E a paisagem tão simples...
Manisfesta beleza...
A mistura de morte e natureza...
Que o tempo carrega...


E que desfaz-se em meio a correnteza...



(Suy)

terça-feira, 17 de abril de 2007

__Voz e paixão__

( Foto de Suellen Verçosa)

O espaço vazio...
Onde se ouvem os ecos...
Vozes dissonantes...
Misturam-se ao tempo...


Soa a vida...
Soam os medos...


Tementes laços os que criei...
Vagos os caminhos por onde andei...


Onde se ouvem as vozes...
Vozes que não sei de onde vem...


Mas que em seus tons perdi a noção...
E em seu cantar ...


Recobrei a paixão!!!

(Suy)




sexta-feira, 13 de abril de 2007

A dança...


Harmônico verão...
Selvagem desejo...
Flutuo em tua mente...
Me afogo em gracejos...


O baile em que danço...
Vestido rodado...
Cores apagadas...
Sorriso ameaçado...


E ele entra...
Terno impecável...
Rosto sereno...
Coração dilacerado...


Frios...
Calados...


O casal roda no salão...
Revelam suas fragilidades...


Não há...

Não há...


Quem os veja chorar...

(Suy)

quarta-feira, 11 de abril de 2007

**Vontade**


Seu instinto que me devora...
A cada passo...
Ou cada sorrateiro rastejar...

Porque me persegues...
E cativas cada desejo que anseio fervorosamente desejar...

Vontade que inflama...
Que consome...
Que engana...


E me faz uma mera perdiz...


Ensaia verbos...
Retrata provérbios...
E depois dos trechos...
Diz-me mentiras...

E esvai-se em cinzas!!!



(Suy)








terça-feira, 10 de abril de 2007

____Descalça_____


E me deixa porque hoje acordei com alma de compositora...
Cantarolei músicas que nunca ouvi...
Desafiei a minha mente...
Sorri como uma criança...


Dias mais que perfeitos...
Existência imensurável...
Cláusulas não lidas...
Quem sabe desabafos...


E os meus pés...
Caminhando por terra...
Caminhando pela lama...

Descalços...


Mas a alma...
Esta reluz...


Quão límpida estás...
Quão intocável se manterá...



Obs: Não era para ser poesia...
Mas eu não sei de onde vem essa vontade tão absurda de escrever...
De me refazer nas palavras...
De me encontrar em autosugestões...
De me encantar com os momentos que vivo...
De sussurrar palavras inicialmente sem sentido...


Mãe... Acho que descobri o que quero ser...

....


Escritora!!!
(Suy)

segunda-feira, 9 de abril de 2007

___Tempo___



O tempo devora as almas descontentes...
Soluciona os medos aparentes...
Marca as palavras e as faz eternas...
Fere os sentimentos falsos...
Perturba a mentira...
E perdoa o destemido coração...
(Suy)

domingo, 8 de abril de 2007

Os dias...

( Foto de Filipe Franco)


Perdidos...
Malvados...
Aborrecidos...


E os sons se refazem...
Os cheiros não são mais os mesmos...
E a inocência até então intocada...
Abala-se e o que restam são as marcas...


As horas passam...
E o que ficou para trás reluta para manter-se...


E como te achar e depois te perder do meu caminho?
Como navegar nas ilusões e flutuar nas cores de Almodovar?


Se as pontes foram cerradas...
Se o tempo não volta...
Se o que foi...não será mais...


E o que resta?


Quem sabe o novo caminho aberto depois da colina!!!


(Suy)