quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Dos beijos que quis

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Tão belo o sorriso
De dentes grandes e brancos
Que se aborrece com o dia
Mas nunca vejo teus prantos

Iludi-me com tua face
Dos beijos que quis dar
Do rosto que me lembro todos os dias
O quanto me fez mudar

Uma noite
Um encanto
Um sonho
Um amanhã

Para misturar todo o pensamento
Aprisionando no tempo
Cuidando da ferida
Plantando seus desejos
E no curar das cicatrizes
Sentir seus verdadeiros beijos
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(Suellen Verçosa)

domingo, 21 de outubro de 2007

Da mulher e sua natureza


De tudo que foi dito
Mensageiro repentino
Doce e suave ventania
Arrepiava o sentido

Blasfemas contra as paredes
Tão firmes em suas bases
Não percebes do coração rijo
Permite que a lágrima te corra a face

D’onde a plena candura era efêmera
Sombreava as curvas perfeitas
Tocava seus medos oblíquos
Num contraste de incertezas

Porque no desejo partido
A doçura se esvai
Num choro incontido
Dela que sofre por natureza

(Suellen Verçosa)

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Um presente de Luciano Martins

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de pétalas e brisa
a vida é feita.
a pétala é o ser,
destino é vento
que leva a massa tênue
pelos ares
e deixa que repouse
em um momento.
então se ilude a pétala,
e pensa que este chão
de agora é para sempre,
que eterno é o amor
que vê adiante
e que é constante
aquilo que é instante.
e vem a brisa e novamente
ergue do chão a pétala
iludida
e vai,e a conduz por outros ais
então a massa tênue de perfume
entende que sua vida se resume
à memória do aroma,
nada mais

(Luciano Martins)


* Esse foi um delicado presente, que de tão belo e delineado me permitiu o alcance das palavras em gestos, sons e desejos. Que as pétalas sim estejam em movimento, e que o aroma seja constante, no embalar de nossos pensamentos. Abraços e obrigada.

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Das cores e flores


Fosse preciso mudar estas cores
Do inverno em que refiz meus amores
Tão cheios de si em suas buscas indolores
Deles que me ofertaram tantas flores

Que ressecadas estão agora
E o cálice já sem o vinho
O sangue que escorre pelo dedo
De onde tirei um espinho

De mim hoje tão contente
Que encontrou razão nessas linhas
Onde vivo em uma enchente
De amor, paixão e rima

Quais de mim se perdeu por aí?
Quais não aprenderam a retornar?
De mim que caminhou sem destino
E do amor catou apenas as pétalas
Sempre tão cheias de cismos
Mas suas cores já não eram tão belas
Naqueles jardins já tão aborrecidos

(Suellen Verçosa)