segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Fantasias e Adereços



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As horas que esperei

Os dias incontáveis passaram depressa

Mas apenas quis ver aquele sorriso

Outras e outras vezes

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Pela espera adormeci

E acordei um dia sem conhecer aquela certeza

Porque onde brotaram rosas

Era o jardim das tristezas

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Mas por onde aquele caminhar segue

Quis acompanhar os passos e ir também

Observar os desenhos das nuvens

E pedir que o momento não cerre

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Aquele velho sonho

Por uma trajetória que não reconheço

Em lugares que nunca avistei

Apenas com vendas e fantasia como adereço

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Tudo repleto de festim

Para ignorar qualquer sofrimento

A última dança não era apenas despedida

Eram para novos dias sem certeza do fim

Era o início de um novo recomeço.

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(Suellen Verçosa)


terça-feira, 18 de novembro de 2008

Fragmentos


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Olha só

Hoje parei para ver o brilho das estrelas

E simplesmente esquecer dos motivos que fazem a terra girar

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Nem consegui pregar os olhos

Porque enxergava tudo tão distante

O escuro não trazia medo

E o sentimento não está como antes

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Porque um dos nossos mundos mudou

Aquele semblante ainda é o mesmo

E os tempos são outros

Agora preciso voltar pra casa

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Um dia de despedidas

De sentimentos, apegos e costumes

Para ver que ainda existe um ser que pulsa aqui

Saber que felicidade são fragmentos de momentos

Perceber que nem toda melodia tem verso

E que na vida nada é uma regra

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(Suellen Verçosa)


segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Mi Madrecita

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Aquela mulher
Com todas as suas curvas
De adornos imponentes
E delineada cintura

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De aparência formosa
De olhares repletos de candura
Com um semblante de bravura
E uma história de luta

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A mulher
A mãe de seis filhos
Com sua divina coragem
Deu abrigo, alimento e carinho

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Em seus seios estão estampadas seis vidas
Dos seres que colocou no mundo
Aos quais ama plenamente
E zela pelos seus futuros

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Afetuosa
Mãe cuidadosa
Preocupada
Mãe valorosa
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Ah, o que seria de mim sem seu colo
Se seus sorrisos me aquecem o coração
Ah, quem me dera recompensar tanto amor
Se vezes abriu mão de si, para se doar a nós

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Sofre, Chora
Mãe, como podes ser tão amorosa?

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Mesmo em nossas revoltas
Mesmo em palavras duras
Mesmo no dia-a-dia que és desvalorizada
Não se abate
O perdão sempre faz parte de sua glória
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Carrego teus genes
Tuas linhas
Mas não tuas marcas
De mãe protetora

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Ai de mim poder ser mãe como a minha
Ai de mim poder dar tanto sem pedir nada em troca
E que dela eu possa um dia cuidar
Mostrar que aprendi com ela
O verdadeiro sentido do “amar”

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(Suellen Verçosa)


OBS: Essa poesia eu fiz para minha mãe (foto), que completa mais uma primavera no dia 15 deste presente mês. Procurei uma forma de agradecer pelos 20 anos que ela atua como um exemplo de conduta, moral, amor, entre muitas outras coisas na minha vida. Pela pessoa forte que ela é, pelo caráter ímpar, pelo amor que dedica todos os dias aos seus 6 filhos, apesar dos vários erros que cometemos,e pelo que deixamos muitas vezes de dizer, mas esse amor é aquele que faz o coração se sentir confortável e esquecer de todo o resto.


terça-feira, 4 de novembro de 2008

As verdades em uma canção

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Na verdade
Fui teu mais longo verso
Vezes sem sentido
Vezes sem nexo

Na verdade
As noites foram poucas
O tempo voava
E o mundo não parava de dar voltas

Na verdade
Estive meio sozinha
Sem prumo algum na vida
Esperando um sussurro de paixão

Na verdade
Fui meio mulher, meio menina
Será isso que você temia?
O incendiar dessa paixão.

Na verdade
Fui tua mais bela canção
As notas que você temeu tocar
Teu refrão
Tua melodia
O som que permeava em teu dia
E que...
Temente de tudo você não via
Enquanto pelo anseio dessa canção
Eu só chorava e sofria!

(Suellen Verçosa)